Escritas 23.09.02
- Lu_rsr

- 5 de set. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan. de 2024
E o que é ideal? Idealismo. Fantasias, desvaneios, desejos? Como podemos compor essa imagem quando só nos valemos das nossas percepções, dos nossos sentimentos, dos nossos pensamentos? Egos de paraísos.
Qual o sentido de idealizar quando não utilizamos elementos que nos formam o contexto? Fugimos do nosso valor, do nosso coletivo, da nossa responsabilidade, da nossa realidade até mesmo no ideal. Projetamos, nos ideais, imagens e anseios próprios. Como se soubéssemos o que é melhor para cada um na relação com um mundo inteiro de outros. Ou ainda, como se soubéssemos quem são todos esses outros. Quanto desses ideais não são enturvecidos, distorcidos, enviesados pelo que a cultura, o mercado, a sociedade nos vendem?
Por que idealiza o que idealiza? O que o convence de tamanha satisfação nessa imagem que projeta? Onde estão seus amigos, familiares, vizinhos, companheiros, demais integrantes da nossa sociedade, demais elementos que compõe nosso planeta Terra? Idealiza para eles o mesmo que para si? Quantos mundos seriam necessários para tantos ideais acoplados? Complexo demais para imaginar? Requer muito tempo, trabalho e entendimento para projetar tudo isso? Te convido, então, para a realidade. Onde só temos a Terra para convivermos sincronicamente. Mais simples do que idealizar, é conectar sinergicamente. Sentir e compreender que o outro está em nós, assim como nós estamos no outro. Não se trata daqueles que seguimos ou daqueles que nos seguem. Mas o porquê nos seguem e o porquê seguimos. Qual o sentido de “curtir” algo que você não está vivenciando, mas idealizando? Uma imagem, um vídeo, uma mensagem nada mais são do que fragmentos de uma percepção. Um pedaço de um espelho estilhaçado. Qual o sentido de receber uma “curtida” se essas pessoas só estão disponíveis para experienciarem o seu tempo com elas em um imaginário? Somos seres vivos. Somos seres sociais. Somos seres complexos.
Somos mais de 8 bilhões de indivíduos. Acompanhar a todos é esquecer de si. Conhecer a tudo é negar ao EU. Cedemos ao vício do egoísmo e, hoje, nos vemos nesse crescente sofrimento. Quando a resposta que busca está na minha pergunta. Quando a sua solução está no meu problema. Quando o pensamento que você carece está em mim. Não se trata do quanto acompanhamos, mas de como somos capazes de contribuir em prol do nosso coletivo – dada uma situação, uma circunstância, um contexto. Singularidade não é individualidade, mas complementariedade.
Ideais carregam os pré-conceitos que insistimos em consolidar em imagens, em palavras, em poder, em capital. Olhemos para o entorno, para as pessoas, para os objetos, para os demais seres vivos e inanimados. Vejamos o que os sentidos nos comunicam, o que as energias nos transmitem, o que elementos nos sinalizam. Eles, sim, carregam infinitas possibilidades de composições, de relações, de experiências, de futuros.
Sonhe para além de um ideal. Sinta a nossa composição. Dance com nossos horizontes, com nossos futuros, com nossa diversidade complexa e fluida.
Escrito por @Lu_RSR


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