Escritas 23.09.01
- Lu_rsr

- 5 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de jan. de 2024
O que entendemos como Paz? O que ela representa quando você defende, propaga – vende – a Paz da nossa Humanidade? Muito falamos sobre sua Imagem Ideal, mas pouco sabemos sobre esse estado. Quer torná-la tangível? Estenda a mão a quem bate à sua porta, compreenda o pensamento que está à sua frente, enxergue o contexto que nosso deslumbre monetário mascara.
A Paz é maior do que a razão ou a emoção. É maior do que ações ou idealismos. É maior do que o Presente, o Futuro ou o Passado. A Paz está em nós, entre Eus, entre Tus, entre limites e abrangências. É o equilíbrio do interno e do externo, da parte e do todo, da luz e do breu, da grandeza e da sutileza. É o equilíbrio que se revela no silêncio da palavra e rege na voz da energia. É o equilíbrio entre força e esforço, entre satisfação e sentido, entre compaixão e sacrifício.
Eu não busco realizações quando já sou realizada na existência. Eu não busco sucesso quando supero a cada dia um novo contexto. Eu não busco felicidade quando já tenho a alegria do meu Ser. Eu não busco futuro quando ele já está em mim. Eu não busco ideais quando já sou a realidade.
Mas, quando pensamos na busca enquanto falta, quem nos conta são os sentidos. Existe a privação, a supressão, a desconexão da nossa coletividade, da nossa diversidade, da nossa energia singular e compartilhada. O todo.
Não é sobre os "estágios" de realizações ou motivações que as ciências e os estudiosos vêm nos banhando de promessas que trago à reflexão. Esses ainda são da ordem Humana. Importantes enquanto estímulos de pensamentos e percepções.
A falta que trago é sobre a nossa Essência. Nossa Espécie. Nossa Presença na Terra. Para além do Espiritual. Não da ordem da minha ação pessoal, mas do nosso movimento coletivo. Onde "nosso" abrange as dimensões e as relações que não temos conhecimento, mas que, de alguma forma, sentimos e observarmos.
Na unidade podemos até encontrar respostas, mas é no todo que as perguntas se formam. Sem perguntas, as respostas são dados: o indivíduo não é um Ser Vivo, mas um conjunto de partículas. Damos nomes, mas, não, contextos.
Nosso meio nos condiciona à sobrevivência e nos oferece a existência da prosperidade. Queremos inovação, mas nos desconectamos da sua fonte mãe - a realidade. O que e aqueles que nela vivem. Em todo problema está a solução, assim como toda solução oferece um problema. A vida está no tempo e no processo entre soluções e problemas. Nosso desenvolvimento está no compreender desses movimentos. No andar entre equilíbrios e desequilíbrios.
As incoerências e as adversidades são catálises do novo percurso. Os ventos que orientam ao novo equilíbrio. Nosso movimento na unidade do coletivo. Mas não enxergamos o novo. Estamos míopes. Só vemos os indivíduos, as conexões neurais, a produtividade.
A vida resumida e apequenada a uma entidade capitalizada.
Conhecimento não é valor humano, mas tecnológico e monetário. Nos vendemos mais uma vez aceitando a analogia de que só conhecemos “a pontinha visível do iceberg”, mas que "para baixo" existe uma porção gigantesca a ser explorada e dissecada.
A nova analogia ao "foco" de desenvolvimento e produtividade nos cega novamente para a realidade: não existe só o iceberg - existe um mar, um céu e um planeta inteiro que o faz existir. Contexto.
Nem com as geleiras derretendo trazemos à mente o quão empobrecidas são nossas crenças e prontidão em devoção ao que nos corrói.
Nós erradicamos o contexto para dominar aquilo que se isola. Ou melhor, nós o erradicamos para sustentar um domínio momentâneo - por mais longo que seja esse período. Poder ou medo?
O invisível só se torna visível quando o limitamos. Grandeza ou grandiosidade? O luxo não está na matéria, mas nas palavras e imagens que banhamos em Capital. As dimensões se conectam, se desconectam e se reconectam para manter seu movimento, seu equilíbrio, sua renovação. Mas por não percebermos em nós a rotação da Terra, muito menos sua translação, damos nome ao dia e às estações do ano. Mas qual o contexto? Aceitamos o limite: as horas, os meses, as temperaturas. E, a cada dia mais, nos afastamos dos Astros - os únicos guias da nossa Existência.
E, com essa distância, esquecemos o que é respeito. O respeito que os Ecossistemas nos ensinam. O respeito que o Equilíbrio nos alimenta. O respeito que não descrevemos. O respeito que só se sente e é sentido. O propósito de qualquer existência. Unidade, singularidade. Coletivo, diversidade. Energia, movimento. Pensamento, conectividade. Contexto, realidade.
Nos falta Humildade. E o cuidado para não nos afogarmos no luxo do conhecimento da fala. Porque a sabedoria está e sempre esteve em nós - entre sentidos e pensamentos, entre empatia e compaixão. Mas sábios não vendem; especialistas, sim. A educação carrega nosso desenvolvimento, assim como carrega a nossa arrogância. Equilíbrio ou desequilíbrio? No movimento fluido, evoluímos. No idealismo estático, cessamos.
Escrito por @Lu_RSR


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