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Escritas 24.07.01

  • Foto do escritor: Lu_rsr
    Lu_rsr
  • 24 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

Recebo ao cálice da inovação e bebo ao néctar frio e doce da esperança vazia. Que faz crescer ao meu filho. Que me faz alimentar ao meu neto. Que me faz mimar ao meu bisneto. Os entrelaço nas correntes que me acolheram com o discurso sobre o novo mundo. Entrego ao futuro meus elos arruinados. Pela energia que me solicitaram em troca daquele cálice deslumbrante. Pela dedicação que me requisitam em troca daquele néctar do esplendor. Fecho meus olhos para o sofrimento que aquele líquido causa em seu curso até o meu ventre. Quebro aos elos de nossas almas em sacrifício ao desejo que me mantém. No angustiante ressoar da liberdade do consumo. A materialidade que suporta a dor do meu imaginário. Presenteio meu bisneto com as palavras perdidas pelos meus pais. Tão logo vejo às frases que dão forma a esse cálice de ouro. O sagrado objeto da contemporaneidade que glorifica ao meu esquecimento. Tão logo vejo as lágrimas convertidas em bebidas de Divindades enchendo ao cálice. O cheiro que me banha nos mares da ilusão. O toque que me cobre com os espinhos de petróleo. O gosto que me abriga na proeza de meu bisneto. Nos falta coragem para negar ao irrecusável. Nos falta força para olhar ao invisível. Nos falta amor para receber ao incompreensível. Nos falta humildade para ouvir ao incontestável. Cuidemos da imagem, do som, do sabor da verdade. Eles nunca estiveram nas palavras. A verdade é uma natureza presente, relacional e efêmera. Ela se faz na integridade contextual intransferível do nosso agir. A inspiração que nos transforma e a paz que nos motiva estão na essência que nos constitui. Na verdade de quem sou.

Escrito por @Lu_rsr

 
 
 

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