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Escritas 24.09.01 - TER

  • Foto do escritor: Lu_rsr
    Lu_rsr
  • 25 de set. de 2024
  • 1 min de leitura

TER


Quantas sangrias são necessárias?

Sangrias econômicas.

Sangrias políticas.

Sangrias sociais.

Sangrias ambientais.

Sangrias ecossistêmicas.

Para termos a estátua da vontade dos olhos.

Para termos o espaço do status social.

Para termos o tempo do imaginário capital.

Não há lugar para a morte.

Não há lugar para a vida.

 

Eu vejo a seiva do prazer.

Como resistir à promessa da imortalidade?

Tão real diante de meus olhos.

Não penso no gosto, nem no cheiro.

Engulo em único gole e sinto à queimação.

Que mata aos meus irmãos.

Quantas sangrias são necessárias para ter cada gota que me atravessa?

 

Eu faço o caminho já criado.

Como resistir à promessa do conforto?

Tão estruturado em passos e sequencias.

Não penso no processo, nem em quem está nele.

Repito almejando a finitude e reproduzo ao ininteligível.

Que sufoca aos meus irmãos.

Quantas sangrias são necessárias para ter cada caminho que me monopoliza?

 

Eu falo a narrativa que ouvi.

Como resistir à promessa do seguro?

Tão empoderador em cada fragmento.

Não penso nas consequências, nem no significado.

Ecoo as palavras da ilusão e do desamor.

Que invisibiliza aos meus irmãos.

Quantas sangrias são necessárias para ter cada informação que me persuade?

 

Esquecemos o que é generosidade.

Esquecemos o que é humildade.

Esquecemos o que é vida.

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Escrito por @Lu_rsr

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