Escritas 25.06.02 - SOCIEDADE DESUMANA
- Lu_rsr
- 24 de jun.
- 2 min de leitura
O quão desumana nossa sociedade se cria?
Deveríamos ter jogado tudo para o alto e simplesmente nos sentado, chorado, rolado. Pisado descalços na grama, respirado aos cantos dos pássaros e observado ao dançar das nuvens. Mas as demandas – que tanto glorificamos como guias e gestoras do nosso Viver - nos aprisionaram ao racional, ao neural, às explanações argumentativas. Se é verdade que a “distração” redireciona uma parte da intensidade que por nós passa nesse momento, é igualmente verdade que ela jamais nos tira o lugar do Sentir. É muito fácil falar sobre “fases” e “ciclos” quando não se vive a dor e o sofrimento em ação. E o que nossa cultura nos educa é que não há espaço para esse momento na sociedade. Que isso é algo que deve ser reduzido e superado individualmente. Engolido e atravessado como lâminas afiadas. Como escolher envenenar aos nossos irmãos - em suas próprias vivências, em suas percepções singulares, em seu desamparo de um coletivo - pode desenvolvê-lo à prosperidade do Ser? Nós falhamos diariamente na criação desse animal social que somos. Porque esquecemos nossa origem, nosso Sentir. A percepção, acima de tudo, é quem nos concede a Vida. Mas são nossos semelhantes quem nos criam – atualmente quem nos cegam, aprisionam e desamparam ao grupo.
O respeito é a intimidade da percepção.
Invadir, ignorar, desdenhar à percepção é tão cruel quanto esgotar às águas de um lago. Nos secam a Vida e nos apontam para a sobrevivência nesse deserto. Força? Coragem? Resiliência? Palavras bonitas para descrever a teoria da superação individual e esquivar a responsabilidade desse coletivo, dessa sociedade, dessa espécie social. A realidade é maior do que a ciência, do que os fatos, do que os sentimentos. A realidade é o complexo Ecossistema que constituímos e somos constituídos, é o contexto que nos move à Vida. Do contrário, somos entrelaçados aos fragmentos, às ilusões, ao desfalecimento. E como podemos falar de um coletivo se deixamos proliferar o cultivo de desertos? Mais do que discursos, pensamentos, gestos – carecemos da Presença.
Vivamos, em comunhão, o Presente do contexto ao qual nos fazemos. Esta Sinergia permite o movimento dos Presentes e oferece os caminhos da renovação, regeneração, ressignificação. Paz. Respiro. Equilíbrio.
Às vezes, precisamos resgatar nossa Natureza livre, intuitiva, infinita.
Ressignificar toda essa intensidade em Luz da nossa Existência.
Que sejamos capazes de encontrar ao espaço para o Florescer holístico.
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Escrito por Lu_rsr
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