top of page

Reflexões 25.03.01 - ESTOCOLMO E HELSINQUE

  • Foto do escritor: Lu_rsr
    Lu_rsr
  • 31 de mar.
  • 3 min de leitura

Experienciando uma atmosfera de Luz e Paz em Estocolmo e Helsinque


Tempo não tem forma, nem idade. Tem Alma. A Alma que nos convida a experienciar a Vida que o Presente nos envolve. Assim foi meu estado em Estocolmo, meu caminho por Helsinque. Assim foi a atmosfera de um luminar sereno e de um escurecer confortante. Onde o meio ambiente se entrelaça com a fome de nossos sentidos, acalmando a nossa visão em uma natureza que se materializa na rotina, nos comportamentos, nos relacionamentos das pessoas.


Não há cercas nem muros dividindo a Terra – todos nós pertencemos –, e o Espaço é sentido entre as árvores e os edifícios, as criaturas e os elementos, os pensamentos e os corpos. Onde os caminhos das águas são valorizados como Família e o entorno se funde como lugares Espirituais, onde alimentamos as transformações. As crianças emanam uma energia que abraça a descoberta do brincar com seus amigos, professores, turistas, responsáveis em espaços públicos. Para além de parques infantis, espaços lúdicos, espontâneos, originais, únicos a cada momento. Não há idade, há convite. Materiais e formas simples, mas que brincam em sua materialização, em seu contexto, em seu respeito à quem utiliza, ao seu entorno, à passagem do tempo. Os adolescentes e jovens adultos manifestam a energia do conviver, do brincar em uma partida de futebol ou circuito de atletismo. Cooperação e cumplicidade entre quem está presente. Não há rivalidade, há fraternidade. O ar é leve, é alegre, é inspirador. Não se trata de velocidade, de astucia, de domínio, mas de cuidado, de respeito, de acolhimento.


O pedestre é a escala do conviver entre a diversidade de elementos, de seres. Os diferentes modos de transporte, coerentes entre os deslocamentos encantam na variedade de formas de experienciar a cidade. Quando próximas às calçadas, as edificações são baixas, no máximo 6 andares, o que nos permitem admirar ao dançar da claridade celestial. As continuas e generosas janelas brincam em leveza com os variados materiais naturais das fachadas. A claridade que é recebida em seus interiores reflete a energia suave das ruas. Há edificações maiores e altas, também, mas envolvidas por grandes espaços públicos: mares de água, de gente, de parques arborizados. Eu vejo ao horizonte e a edificação é parte dessa paisagem que desenha um conviver.


Os carros circulam como quem andam entre irmãos. Não me expulsa, não me lincha, não me bane para o seu existir. Eu sou o carro. Eu sou o pedestre. Eu sou quem convive. O Tempo não se perde entre pessoas e veículos, entre seres e estados, entre lugares e objetivos. Sendo esse Tempo relembrado e valorizado sucessivamente entre conjuntos de quadras por uma praça arborizada, com locais para sentar, deitar, brincar, admirar, respirar. Aqui fico, aqui passo, aqui descubro. Meus olhos são libertos, meus sentidos dormentes são evocados, meu Todo me encontra, minha Parte se integra. Eu canto com os pássaros desconhecidos a mim, eu sorrio com o ar que toca às folhas. Onde estou, eu sou. Contigo, estamos. Nesse Universo, nos encontramos.


Mas, à medida que saíamos da principal área urbana dessas cidades, em direção a outros locais, a energia se altera, a paisagem se perde, a convivência se desfaz. Logo percebemos as áreas de expansões urbanas com novos edifícios e urbanizações em configurações muito próximas ao nosso “modelo global” de urbanidade: blocos de replicações racionais e delimitações setoriais, onde vias e veículos se impõem sobre a vida – humana e não-humana. Tão logo encontrando às zonas rurais – com suas casas de fazenda: similares, pontuais, isoladas em extensos campos agrícolas.


O que me faz questionar: quanto estamos dispostos a sacrificar em nome dessa contemporaneidade? Que invade aos Espaços e evoca o domínio do nosso Ser? Uma contemporaneidade que inova continuamente em sua forma de devorar à vitalidade. Uma contemporaneidade que inova incessantemente em seu discurso em desrespeito ao Tempo. Uma contemporaneidade que inova diariamente em seu movimento de desintegrar.


Eu prezo pela Vida e me dedico a oportunizar as atmosferas que acolhem ao desconhecido, que inspiram ao desnorteado, que respeitam ao Tempo, que compartilham ao Universo. A minha mão segue estendida para aqueles que querem encontrar ao Sentido do nosso Viver.


O Ambiente é o Corpo do nosso Estar. O Ambiente é o Sangue do nosso Fazer. O Ambiente é a Luz do nosso Ser.

 

Escrito por @Lu_rsr

Comments


bottom of page